Morre segundo estudante vítima de ataque a tiros em escola estadual do Paraná
O assassinato de Karoline Verri Alves, de 17 anos, e de Luan Augusto, de 16 anos, registrado em Cambé, no norte do Paraná, completa um mês nesta quarta-feira (19). O casal de estudantes foi baleado por um ex-aluno no colégio onde estudavam.
Uma missa especial de um mês será celebrada nesta quarta na Paróquia Santo Antônio, em Cambé, a partir das 19h, na Rua Espanha, 289. No mesmo horário haverá outra missa na Paróquia São José Operário, na Rua Ruy Virmond Carnascialli, 486 – Jardim Leonor, em Londrina.
Um mês após a perda, Dilson Alves, pai da aluna, relata o sentimento de vazio:
“A gente continua com saudade de tudo, principalmente das coisas que ela fazia, da comida, dos passeios. Ela era uma menina de bem, sempre muito presente nas nossas vidas. É uma dor muito grande”, diz.
Na manhã daquele 19 de junho, uma segunda-feira, o ex-aluno entrou no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e atirou ao menos 16 vezes, segundo as autoridades. Um dos tiros atingiu a cabeça de Karoline, que morreu no local.
O namorado dela, Luan, foi socorrido e encaminhado ao hospital, mas morreu na madrugada do dia seguinte. O assassino foi preso e encontrado morto na cela dois dias depois.
Dilson conta que ele e a família encontraram na fé e nas boas lembranças as forças para superar a morte da jovem.
“Focamos nas coisas boas. Estamos encarando o luto através da fé, isso que nos dá força todos os dias. O céu está em festa, a gente sabe que os anjos receberam os dois”, desabafou.
Nome em homenagem ao Papa
O pai da jovem relembra que, na gestação, os médicos identificaram um problema na formação dos rins de Karolina.
“Os médicos nos avisaram que teria que fazer um acompanhamento quando ela nascesse para tratar o problema”, disse.
Quando Karoline nasceu, em 7 de outubro de 2005, mesmo ano da morte do Papa João Paulo II, a mãe da menina pediu a cura dos rins colocando o nome de Karoline, semelhante ao nome oficial do pontífice, Karol Wojtyla.
“A minhas esposa era devota ao Papa e fez alguns pedidos após a morte dele e pediu intercessão desse problema da Karol”, afirma.
No dia do nascimento não foi identificado nenhum problema de saúde: “Ela nasceu perfeitinha”, conta o pai.
Compromissados com a igreja
Luan e Karoline sempre frequentavam a Paróquia Santo Antônio, em Cambé, e participavam como voluntários da cerimônia do lava-pés, quando féis lavam os pés de pessoas carentes simbolizando, para os católicos, a humildade e amor ao próximo.
“Os dois sempre iam juntos para a igreja. Eu que estava junto sempre e via essa dedicação. Ele queria ser diretor dessa parte, estava sempre participando, ela [namorada] também”, relata.Justiça aceita denúncia dos acusados
A Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) contra três suspeitos de participação nas mortes dos dois estudantes.
Com a decisão, os homens viram réus na ação criminal e devem responder por dois homicídios duplamente qualificados por motivo torpe e por recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Eles permanecem presos. Se forem condenados, podem pegar penas que variam entre 12 e 30 anos.
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